Coronavírus: devo parar de ir à academia? Confira cuidados ao treinar
segunda-feira, 16 de março de 2020
O governador João Doria anunciou nesta quarta-feira (18) que as academias de ginástica na Grande São Paulo devem encerrar as operações até domingo (22), devido à pandemia do novo coronavírus. O Distrito Federal e o Rio de Janeiro também já decretaram o fechamento de academias até o final de março.
Especialistas ouvidos pelo VivaBem dizem que é melhor que a população evite treinar no ambiente fechado, mesmo que seja nos condomínios. "Qualquer lugar em que exista uma aglomeração de pessoas e não seja ventilado pode facilitar a contaminação", diz Paulo Olzon, clínico e infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "Claro que tem academia com menos pessoas, mas lá tem tanto vírus quanto os teatros e cinemas que estamos fechando."
O médico disse que um paciente ligou perguntando se devia continuar indo à natação com o filho. A recomendação foi ficar em casa: "É vestiário, catraca, elevador, corrimão, pegamos nos objetos o tempo todo. Pelo menos nesse começo é melhor não ir".
Nas áreas de musculação, o compartilhamento de equipamentos também é um problema. "Mesmo que se passe álcool toda hora nos aparelhos e lave as mãos, é mais fácil ser contaminado", diz João Prats, infectologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Quero ir na do prédio, o que eu faço?
A recomendação é não ir, nem na academia do condomínio, pois o risco de contaminação é grande.
O ideal é treinar em casa —veja aqui um treino para fazer entre quatro paredes. Renata Castro, especialista em clínica médica, cardiologia e medicina esportiva pela Universidade de Harvard, diz que a orientação é que todos os equipamentos sejam limpos com álcool antes e depois do uso.
Além disso, não se deve compartilhar objetos de uso pessoal. "Evite também colocar a mão no rosto antes de lavá-las". É bom lembrar que praticantes com sintomas semelhantes à gripe não devam malhar.
Não fique parado
O treino regular é importante para deixar a imunidade preparada para enfrentar as batalhas contra invasores, segundo Castro. "Se a imunidade cai, o risco de ter um curso mais grave da doença é maior", diz.
Mas é importante não exagerar, mesmo em casa. Quando o exercício é prolongado (acima de uma hora, por exemplo) ou não há descanso suficiente entre um treino e outro, o estresse no corpo é tão grande que há uma queda no sistema imune, que precisa trabalhar excessivamente para minimizar os prejuízos do excesso de atividade física.
É muito importante respeitar o período de descanso entre os treinos e manter uma alimentação saudável, rica em verduras, legumes, frutas, carnes, ovo, além de se hidratar muito bem. Dependendo do caso, também pode ser necessário a suplementação de vitaminas e minerais, que deve ser feita com orientação de um nutricionista.
"É um momento para todo mundo se cuidar. Mesmo o jovem tem alguém próximo que está no grupo de risco, por isso é importante se proteger, mesmo na academia do prédio", diz Castro.
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